Para quem está se deparando pela primeira vez com a expressão resiliência, esclareço que o conceito de resiliência que criei é o seguinte: Resiliência é a nossa capacidade de ter conduta são em meio ao caos.

Pois bem, o meu e o seu conceito de caos está sendo recalculado nos tempos atuais e por mais que eu venha trabalhando com resiliência há praticamente vinte anos, jamais imaginei que vivenciaríamos um caos tão desafiador como o que a pandemia sanitária está nos impondo, pois, a marca principal da pandemia é o medo e a incerteza, dois aspectos que naturalmente pode nos colocar em fuga, ataque ou nos travar.

O impressionante é que ela chegou em um contexto onde estava estabelecido em muitas pessoas um sentimento quase ilimitado de autoconfiança, como se nada pudesse parar os excessos, de ego, de poder, de exclusão e de imprudência. Mas ela chegou e demonstrou o quanto somos frágeis e o quanto precisamos reaprender, desaprender, acolher, incluir e cooperar se quisermos viver em um mundo mais justo.

Nós não nos bastamos! Existe vida no coletivo e ela merece ser fortalecida, porque as nossas ações ou a falta delas afetam o todo e não somente a nossa vida.

No meu entender, a pandemia aprimorou em nós um senso de interdependência, que muitas vezes foi ignorado, haja vista o país excludente em que vivemos e hoje assistimos a mostras de cooperação que vão desde os estudiosos da saúde que estão unidos na criação de vacinas para proteger a população, associações que ajudam pessoas desempregadas e que vivem abaixo da linha de pobreza, pessoas que se juntam para fazer o bem de todas as formas e jeitos. Dar atenção, afeto e cooperar é um modo de exercitarmos a nossa resiliência para amenizar o nosso caos e o das outras pessoas, porque ninguém está imune ao que está acontecendo, o que pode acontecer é de algumas pessoas estarem indiferentes, mas nunca imunes.

Lembrando: é na hora do caos que mostramos as outras pessoas a nossa essência.

Por mais paradoxal que possa parecer, este período caótico e sem precedentes está ao meu ver nos tornando mais fortes e capazes para lidarmos com grandes desafios, e mudanças constantes que são a tônica deste período.

A pandemia está nos propondo uma reinvenção da realidade e nos possibilitando sermos inéditos independentemente da idade que tivermos, ou seja, cabe a cada um de nós fortalecermos a nossa resiliência se quisermos sair desta experiência sofrida mais cientes do nosso potencial, descobrindo novos talentos, nos testando e nos reinventando porque o mundo mudou e a melhor mudança deve começar em nós.

O inesperado se apresentou à nossa vida de maneira tão abrupta e surpreendente que, mesmo estando no meio da jornada da pandemia, já percebemos aprendizados transformadores que vão passar a nortear a nossa vida no pós-pandemia.

Eu particularmente tenho aprendido muito sobre mim: ressignifiquei minhas crenças, revi meus valores e propósito de vida, aprendi a amar mais intensamente a mim, minha família, amigos e toda e qualquer pessoa que participe da minha vida. Eu passei a valorizar mais o meu tempo, a fazer várias coisas que nunca dei muita atenção como cozinhar, cuidar da casa. Se antes da eu já agia solidariamente, com o advento da pandemia eu percebi que posso fazer muito mais e estou contribuindo com mais ações coletivas.

A transformação está acontecendo em mim e também em você e onde vamos chegar com a nossa resiliência?

Bem, esta resposta só o tempo dirá, porque são as nossas escolhas que condicionam nosso destino e a vida no meu entender é uma jornada de superação.

Sou uma estudiosa apaixonada pela resiliência e tenho orgulho de trabalhar com este tema que transformou a minha vida e me permitiu ter um jeito de pensar e agir que desconhecia antes da resiliência fazer parte dos meus aprendizados e hábitos.

Bora melhorar o mundo! 

*Por Jo Lima
Publicado em 24 de agosto de 2021

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 *Jo Lima é coach, palestrante e mentora em desenvolvimento humano e capacita profissionais para alta performance e gestão de equipes.
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